Homenagem a Henrique Pinto - Uma Vida Dedicada ao Violão

Como homenagem à memória do professor e violonista Henrique Pinto, faço minhas as palavras do violonista Geraldo Vianna (http://www.geraldovianna.com.br/), em texto divulgada por e-mail na última quinta-feira, dia 28/10/10.

A biografia de Henrique Pinto pode ser acessada em:
Henrique Pinto - Uma Vida ao Violão

"Caros amigos,

Quanto se pode fazer em uma vida? Talvez seja esse o dilema de todos os artistas. O tempo presente como um fator preponderante no dia a dia da criação e do estudo, nos leva um bom período de nossa existência e nos exige renúncia a várias coisas também importantes. Para a música e o estudo de um instrumento, por exemplo, não há dia, horário, nem prevalecem as barreiras de idade, sexo, raça... Há somente a promessa de um caminho incerto dirigido pelo sonho, de acordo com o grau de interesse e intensidade do sonhador.

Quando nos iniciamos em um instrumento avançamos sinais, burlamos regras, e, como crianças, nos lambuzamos com o doce e tentador prazer que a música nos dá. Com o passar do tempo, na medida em que avançamos, tudo começa a ocupar seu devido e verdadeiro lugar. As únicas coisas que se mantêm em nossa mente são as pequenas lembranças que jamais abandonam o sótão de nossa alma.

Ao saber da morte de Henrique Pinto, me veio um emaranhado de pensamentos e dúvidas. Não o conheci pessoalmente, mas sempre soube de sua importância.

Como todo estudante de violão, passei por seus livros didáticos, transcrições e, de longe, ouvi histórias sobre sua carreira na área do ensino.

Apesar da tristeza que nos traz a perda daqueles que julgamos pertencerem ao nosso meio, foi envolvido pelas dúvidas acerca de um tema delicado como a morte, que me veio a certeza da imortalidade. O que fazemos e professamos em nossa vida funciona como uma semente lançada no solo de nossos contemporâneos que, quando regada e adubada, brota, cresce e floresce em nossas vidas. Assim vejo, agora, o papel de Henrique Pinto e tantos outros que nos ensinaram e mostraram caminhos: a manifestação do Universo. Um em Diversos.

Felicidades para todos. Viva Henrique Pinto!

Geraldo Vianna"

A Magia da Música de Concerto e o Imponente Órgão

Quem já vivenciou a experiência de ouvir uma orquestra tocando sabe o quanto é emocionante. A sensação é um tanto parecida com uma final do Fla-Flu no Maracanã!

Dentre tantas virtudes da Música de Concerto, uma das que mais me prende atenção é o som de um Órgão.
O instrumento é imponente! Na Escola de Música da UFRJ por exemplo, o Órgão Sauer se esconde por trás das paredes (literalmente)..

Para quem quiser conferir, vai uma dica:

Sala FUNARTE Sidney Miller: Programa Ecos da Cidade

A volta de feriado conta com ótimas atrações na programação da Sala FUNARTE Sidney Miller.
Confira os espetáculos abaixo...

Manutenção dos Instrumentos: Cuidados para guardar seu companheiro de todas as horas

Com esse post vou iniciar uma série com a colaboração de outros músicos, a fim de disponibilizar informações sobre manutenção e cuidados com instrumentos musicais. O objetivo é relatar os percalços que músicos enfrentam no dia-a-dia da profissão.

As dicas que serão comentadas também servem para cuidados com instrumentos semi-profissionais!

O armazenamento dos instrumentos de cordas -

Tanto os instrumentos de cordas dedilhadas, quanto os de cordas friccionadas, tais como violão, viola caipira, cavaquinho, bandolim, viola de cocho, alaúde, violoncelo, contrabaixo, rabeca e violino, merecem ser guardados e transportados em cases, ou estojos, sendo estes os mais recomendados para prevenir a integridade do instrumento contra umidade excessiva, ensolação e pancadas e tombos.

Existem diversos tipos de estojo no mercado. Pode-se adquirir estojos de isopor, poliuretano injetado, compensado, fibra de vidro, e até de fibra de carbono. De toda forma, o que deve definir a escolha é a avaliação do dono sobre a capacidade de proteção que o objeto oferece ao seu instrumento.
Observe se o instrumento assenta perfeitamente no estojo, não é aconselhável que entre apertado e nem fique "sambando".

Outro detalha importante é verificar se o case possui forração interna dos dois lados, pois existem modelos com forração apenas no fundo. Esses não garantem isolamento térmico ao equipamento, nem proteção contra pancadas mais fortes. Pior, existe o perigo de se criar uma estufa no seu interior; o que pode, em casos extremos, trincar a madeira do seu companheiro e torná-lo inutilizável.

Os modelos oferecidos também precisam ter vedação em sua junção, para que fiquem lacrados em casos de exposição à chuva.

Já a opção pela compra de capas de pano, ou tecido sintético, não garante prevenção contra impáctos, e se expostas a chuva, acumulam umidade e mofam.
Guardar os instrumentos em armários, em baixo da cama, roupeiros, dentre outros, também não são vistas como boas práticas.

Essa é a primeira dica!
Aproveitem o espaço para comentarem dúvidas e sugestões.

Sensibilidade e Otimismo: A Evolução da Carreira Artística Musical, por Fábio Zanon

Em entrevista concedida ao violonista Geraldo Vianna, em seu site http://www.geraldovianna.com.br/, Fábio Zanon fala sobre a questão cultural no Brasil, sobre a música de concerto e sua relação com a música popular, e sobre o desenvolvimento da carreira de novos violonistas e músicos.

Confira a entrevista na íntegra acessando:

• Geraldo Vianna - Arte e Opinião

Conheça a programação do Festival BNB de Música Instrumental

A quinta edição do Festival BNB de Música Instrumental traz ao público do Centro Cultural Banco do Nordeste uma programação diversificada, com atrações entre os dias 13 a 30 de outubro.

Com destaque para os músicos nordestinos, o festival trará representantes das cinco regiões do país. Ao todo serão 36 formações, oriundas de nove Estados, dentre Ceará, Paraíba, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Mato Grosso do Sul, Amazonas, São Paulo, Minas Gerais e Paraná.

Não acompanhei as edições anteriores, porém acredito em iniciativas que proporcionem ao público a oportunidade de conferir a produção musical de todo o Brasil.

Vale lembrar que as entradas são gratuitas.

Mais informações em:
http://www.bnb.gov.br/content/aplicacao/centro_cultural/palco_instrumental/gerados/festival_instrumental.asp


E por falar em Música Instrumental, leia também:

• Sua Magestade, o Violão!

Música: até onde a auto-realização é uma profissão?

Se tem um assunto na música que me intriga é a relação entre dois mundos distintos no qual ela habita: o lúdico e o mercadológico.

O lúdico, que pode ser associado à própria prática musical e à sua capacidade de despertar sentidos e sensações humanas, e a mercadológica, que pode ser definida como a tentativa de formatar o conteúdo musical (intangível) a uma lógica de mercado e comercialização de bens, produtos e serviços.

Como já venho pensando e refletindo sobre o assunto a algum tempo, inclusive foi o que me motivou a assumir uma carreira complementar como produtor e gestor da área, noto que os músicos e pessoas voltadas para a criação musical (intérpretes, compositores, arranjadores, instrumentistas, etc..) tendem a vivenciar o lado lúdico dessa arte, às vezes até ignorando sua capacidade mercadológica.

Não consigo compreender como, num mundo cada vez mais integrado e interdependente, nossos artistas ainda cultuem uma relação fragmentada, negando a capacidade de construir uma carreira calcada nas suas virtudes e convicções, e na oportunidade de diálogo com profissionais das mais diversas áreas!

Defendo a iniciativa de que o artista precisa aprender a "viver no mundo da Lua" com os pés no chão!


Deixo abaixo o link de uma matéria publicada no OVERMUNDO, por Bruna Repetto, em 15/10/2010, com assunto complementar:

Música: Hobbye, profissão ou negócio?

A música, a fotografia, os pássaros e a cidade: "Birds on The Wires"

Jarbas Agnelli, músico e publicitário, ficou mundialmente conhecido pelo trabalho "Birds on The Wires", onde criou uma música a partir da fotografia de Paulo Pinto, registrada em Santana do Livramento/RS e publicada no dia 27/08/2009, na contracapa do caderno Metrópole do ‘Estado’.

O trabalho de Jarbas foi selecionado para a semifinal do "YouTube Play", evento que contou com mais de 23 mil videos participantes, enviados de 91 países. Grande feito!

A sacada do artista, no meu ver, foi enxergar poesia à partir de uma cena cotidiana. Quando li o artigo, confesso que fiquei curioso para ouvir o resultado musical; o qual me surpreendeu, pois não esperava uma música tão elaborada.

Esse caso ilustra bem a fluidez da arte, que está em todos os lugares e se manifesta de diferentes formas. Basta exercitarmos nosso olhar para apreciá-la e aprender com ela!

Não menos evidente, é, também, o fato dessa obra musical ser o resultado de manifestações expontâneas e, de certa forma, uma composição coletiva. Temos os pássaros nos fios, repousados daquela forma, que foram capturados pelo "olhar" do fotógrafo, naquele ângulo, que por sua vez foi interpretado pelo "olhar" do músico.
Podemos dizer que todos os personagens dividem a autoria da obra.

Com isso, o resultado foi uma melodia com grande carga emotiva, capaz de sensibilizar pessoas no mundo inteiro.



Assista ao video e ao depoimento do músico Jarbas Agnelli: